Praticar atividade física é essencial para a saúde física e mental. Além disso, os exercícios físicos podem ser uma ótima maneira de aumentar a imunidade, especialmente em tempos de coronavírus, em que tanto se comenta da importância de estar com o corpo imune, a prática de atividades físicas é essencial para manter a qualidade de vida. Isso porque ela promove adaptações nos sistemas respiratório, cardiovascular, endócrino, digestivo e músculo-esquelético.
Atividades físicas quando incorporadas como hábitos, melhoram as capacidades funcionais do organismo, fazendo com que o corpo tenha maior reserva energética, tolere mais desgaste físico diário e diminua o nível de estresse.
Fora do período de epidemias,como a do novo coronavírus, opções como caminhada, natação, ciclismo e até mesmo a musculação são atividades que a grande maioria das pessoas procuram para fazer. Mas em tempos de distanciamento social, treinar em casa é a opção mais segura para si e para os outros. O recomendado agora é que realmente todo mundo siga os protocolos e os decretos do governo, por livre e espontânea vontade e consciência, e treine em casa. “Treinar em casa não requer equipamento, é possível utilizar o peso do próprio corpo, assim como é feito no treino funcional e os resultados são eficazes se for bem orientado por um Profissional de Educação física, só assim este profissional vai conseguir orientar os métodos e técnicas corretas para cada indivíduo respeitando a individualidade biológica’’, relata Lucas Bortolozzo (Personal Trainer).
Os exercícios mais eficazes, são os que envolve alta intensidade e curta duração podemos chamar de método (HIIT) High Intensity Interval Training (treinamento intervalado de alta intensidade)realizados num curto período de tempo.
Já está bem definido que o exercício físico (EF), enquanto modelo mensurável de indução de stress, provoca alterações funcionais no sistema imunológico (SI). Diferentes tipos e cargas de EF podem provocar alterações distintas nos parâmetros imunes. Alguns estudos vêm demonstrando que o EF moderado (<60% do VO2máx) parece estar relacionado ao aumento da resposta dos mecanismos de defesa orgânica, enquanto que o EF mais intenso e prolongado (>65% do VO2max) ou o treino excessivo parecem enfraquecê-la. Nabase desta influência poderá estar a inter-relação existente entre o sistema nervoso (SN), o sistema endócrino (SE) e o SI. De fato, durante a atividade física ocorre ativação inicial do sistema nervoso simpático (SNS), que estimula a produção e a libertação de catecolaminas, hormônios e neurotransmissores relacionados ao stress.
Diferentes tipos e cargas de EF podem provocar alterações distintasnoSI. Neste sentido, é importante conhecer como o exercício agudo (carga súbita de EF), moderado (entre 50 a 65% do VO2 máx) ou intenso(acima de 65% do VO2 máx) podem influenciar alguns parâmetros da imunidade tanto celular como humoral. Um estudo pioneiro nessa área foi realizado no início do século XX (1902) Larrabee, o qual verificou um aleucocitose em corredores a seguir uma maratona, decorrente, sobretudo, do aumento do número de neutrófilos na circulação.
Muitos aspectos da relação existente entre exercício físico e imunidade ainda não estão totalmente esclarecidos. Factores como: o período de avaliação da alteração e da resposta imunológica, o nível de aptidão física e nutricional do indivíduo, o estado psicológico, o overtraining, as condições climáticas e os precedentes alérgicos e inflamatórios no trato respiratório, merecem ser considerados. Ademais, a natureza transitória das alterações observadas pode, simplesmente, refletir uma auto modulação das células imunes em busca da homeostase.
EXERCÍCIO FÍSICO E SUA INTEGRAÇÃO
Durante o exercício, é verificado um aumento nas concentrações de dopamina e noradrenalina a nível cerebral. De forma geral, o EF agudo intenso afeta a produção tecidual e sistêmica de citocinas, especificamente as interleucinas (IL) e o factor de necrose tumoral (TNF), assemelhando-se à resposta inflamatória a algum trauma ou infecção. Particularmente os EF excêntricos, os EF muito intensos de curta duração (>100% VO2máx) ou os intensos de longa duração (>80% VO2max por mais de 60 min) provocam alterações metabólicas (redução da saturação da hemoglobina arterial e um aumento na temperatura corporal) e lesões musculares. A hipoxemia e as lesões teciduais associadas a estes tipos de exercício induzem a alterações na resposta imune com libertação de citocinas pró-inflamatória.
Inúmeros estudos têm evidenciado alterações na concentração e na função de algumas componentes do SI provocadas pelo exercício físico. As evidências disponíveis demonstram que o EF tem efeitos modulatórios importantes sobre a dinâmica de células imunes e, possivelmente, sobre sua função. Os fatores neuroendócrinos que atuam na redistribuição de células e a libertação de citocinas em resposta ao exercício físico parecem mediar a relação entre o SI e o EF. Apesar dos aspectos multifatoriais e das lacunas ainda existentes, essa nova área de investigação a “imunologia do desporto” vem se desenvolvendo nos últimos anos.
Conclui-se, ao iniciar uma atividade física deve-se ter cuidado com uma intensidade elevada, pois o efeito pode ser o contrário e diminuir a imunidade", alerta Lucas Bortolozzo (PERSONAL TRAINER). Por isso, é importante o acompanhamento de um profissional aliado à uma alimentação saudável. O grande desafio dos investigadores, portanto, seria estabelecer um modelo baseado na intensidade, na duração, na freqüência e nos diferentes tipos de esforço físico de forma a instituir o binômio exercício/saúde. Procure sempre um profissional para orientar seus exercícios físicos, não adianta nada sair por aí se movimentando sem saber COMO e PORQUE aquele exercício ou atividade física vai trazer seus benefícios, para qual público aplicar, qual intensidade trabalhar, qual quantidade de vezes na semana e tempo de duração da atividade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://rpcd.fade.up.pt/_arquivo/artigos_soltos/vol.2_nr.2/08.pdf
file:///C:/Users/Edison/Downloads/EXERCICIO_FISICO_E_INTERACOES_EN DOCRINO-.pdf
Lucas Bortolozzo
Coluna Fitness
Lucas Bortolozzo é formado em Educação Física na PUC-CAMPINAS, pós graduado em musculação e condicionamento físico, GAMA FILHO. Personal Trainer em atividade há 10 anos e professor da rede Companhia Athletica Campinas.
E-mail: lucas_bortolozzo@hotmail.com
Fone: 19 99263-0205
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